quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

2002 - As Horas (The Hours)

Sinopse: Em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro Mrs. Dalloway, uma o escreve, a outra o lê e a outra vive a história do livro. Em 1923 vive Virgínia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que vive uma crise de depressão e ideias de suicídio. Em 1951vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido, entretanto não consegue parar de ler o livro. Já em 2001 vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova Iorque e está preparando um festa para Richard (Ed Harris), um escritor que fora seu amante no passado e hoje está com AIDS.

Diretor: Stephen Daldry
Roteiro: Michael Cunningham (romance) e David Hare (roteiro)
Gênero: Drama
Origem: Estados Unidos da América
Duração: 114 minutos

Elenco:

Nicole Kidman (Virgínia Woolf)
Julianne Moore (Laura Brown)
Meryl Streep (Clarissa Vaughn)
Ed Harris (Richard Brown)
Stephen Dillane (Leonard Woolf)
Miranda Richardson (Vanessa Bell)
George Loftus (Quentin Bell)
Toni Collette (Kitty)
Claire Danes (Julia Vaughn)
Jeff Daniels (Louis Walters)
Eileen Atkins (Barbara)
John C. Reilly (Dan Brown)
Allison Janney (Sally Lester)
Linda Basset (Nelly Boxall)
Margo Martindale (Sra. Latch)


Prêmios e Indicações:
Oscar: Foi indicado em nove categorias (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz – Nicole Kidman, Melhor Ator Coadjuvante – Ed Harris, Melhor Atriz Coadjuvante – Julianne Moore, Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora), sendo vencedor na categoria Melhor Atriz.
Globo de Ouro: Foi indicado em seis categorias (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz de Drama – Nicole Kidman, Melhor Ator Coadjuvante – Ed Harris, Melhor Atriz Coadjuvante – Meryl Streep, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora), sendo vencedor pelas categorias Melhor Filme e Melhor Atriz de Drama.

Comentário: Um drama biográfico sobre uma das maiores escritoras da Inglaterra e sua influencia na vida de duas mulheres distintas.

Daldry, diretor de Billy Elliot, se superou ao entregar um filme forte, sério e brilhante. Seu desempenho ao tentar transformar o roteiro – adaptado da obra homônima de Michael Cunningham – em um filme não poderia ser melhor.

A utilização da “viagem no tempo” na edição do filme pode ser um pouco confusa, porém ao terminar de assisti-lo, as peças começam a se conectarem e tudo começa a se responder, principalmente se relacionando às mortes na história do filme. Uma fato interessante é que Daldry filmou primeiramente a sequência de Meryl Streep no ano de 2001, depois a sequência de Julianne Moore no ano de 1951 e, por fim, a sequência de Nicole Kidman no ano de 1923.

Em relação ao elenco não há dúvidas do que se poderia esperar. Atuações brilhantes, dignas de Oscar, e foi o que acabou acontecendo três brilhantes atores receberam indicações (Nicole Kidman, Ed Harris e Julianne Moore) sendo que Kidman levou a estatueta de Melhor Atriz no ano de 2003. Kidman está em seu ápice de brilhantismo, atuação idêntica a essa só em Moulin Rouge! Amor em Vermelho, ela aprendeu a escrever com a mão direita, teve que usar um nariz falso – para se parecer com Virgínia Woolf – e tudo isso não afetou sua magnífica atuação. Outro fato interessante foi que Nicole Kidman é a atriz que menos aparece no filme – 30 minutos – enquanto Julianne Moore e Meryl Streep aparecem 33 e 42 minutos respectivamente.

Moore mostrou que não deve ser esquecida no filme, ela interpretou Laura Brown, uma mulher grávida que está lendo o livro de Virgínia Woolf e começa a ser influenciada pelo mesmo, até um ponto onde ela deixa seu filho na casa de uma amiga e resolve ir para um hotel para comete suicídio. A cena do suicídio foi muito bem feita, toda a água que saia debaixo da cama está absolutamente incrível. Ela mostra com tanta vivacidade a vulnerabilidade de uma pessoa que já não sabe mais se sua vida rotineira e monótona é realmente válida.

Já na sequência de Meryl Streep encontramos dois pontos, o primeiro é a ótima interpretação de Ed Harris, o segundo é – para surpresa de todos – a, apenas boa, interpretação de Meryl Streep. Harris, que interpreta Richard, está deslumbrante, já Streep, que interpreta Clarissa, tem um personagem com o qual ela poderia abusar em sua personificação, porém tem apenas bons momentos nas cenas contracenadas com Ed Harris, em outras – com exceção de suas últimas cenas – ela está um pouco fraca e trêmula.

Com brilhantes atuações, roteiro e direção ótimos e uma trilha sonora magnífica, As Horas é um ótimo filme, talvez seja necessário um pouco de tempo e de mente aberta para entendê-lo, porém é maravilhoso quando se assimila e, por fim, se emociona.

Nota: 10

Um comentário:

  1. Acho "As Horas" um filme maravilhoso, uma grande obra. As protagonistas estão excepcionais. Pena o Oscar só permitir uma vencedora. Mas é um título que como você mesmo escreveu no texto Matheus é preciso um tempo para compreendê-lo. Também escrevi um post sobre ele no meu blog, se puder da uma olhada. To te seguindo.

    http://acervodocinema.blogspot.com

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