terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

2010 - Deixe-me Entrar (Let Me In)

Sinopse: Blackeberg, subúrbio de Estocolmo. Owen (Kodi Smit-McPhee) é um garoto de 12 anos que sente-se só. Na escola ele sempre é provocado por outros garotos e, apesar da raiva que sente, é incapaz de reagir. Um dia, ao brincar no pátio repleto de neve do prédio onde mora, ele conhece Abby (Chloe Moretz). Ela é uma garota pálida e solitária, que se mudou para a vizinhança recentemente, em companhia de seu suposto pai. Apesar do temor em se aproximar de Owen, logo Abby se torna sua amiga. Paralelamente, uma série de assassinatos macabros acontecem, em que o sangue das vítimas é retirado. Abby está envolvida com estes fatos, de uma forma que Owen jamais poderia imaginar.


Diretor: Mark Reeves
Roteiro: Mark Reeves (roteiro) e John Ajvide Lindqvist (romance e roteiro)
Gênero: Drama/Fantasia/Terror
Origem: Estados Unidos da América
Duração: 116 minutos


Elenco:


Kodi Smit-McPhee (Owen)
Chloe Moretz (Abby)
Richard Jenkins (O Pai)
Cara Buono (Mãe de Owen)
Elias Koteas (O Policial)
Sasha Barrese (Virginia)
Dylan Kenin (Larry)
Chris Browning (Jack)
Ritchie Coster (Sr. Zoric)
Dylan Minnette (Kenny)


Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=OXrNvfqg_xc


Comentário: Em uma espécie de Romeu e Julieta macabro, Deixe-me Entrar, mostra a relação afetiva entre um garoto normal, porém que sofre com a separação dos pais e com os constantes ataques dos meninos da escola, e uma garota, aparentemente normal, se não fosse pelo fato de ela guardar um segredo, ela é vampira. O fato de morarem em um prédio onde nada é legal e a única opção de diversão é um playground coberto de gelo, eles começam uma amizade através de um cubo mágico. A partir desse primeiro encontro e da primeira conversa, a menina, que não pode fazer amigos, começa a se aproximar do garoto cada vez mais.

Por se tratar de um filme em que o universo dessas duas crianças é o local onde o filme é ambientado, não há nomes para a maioria dos adultos, inclusive para os pais de Owen e para o pai de Abby, deixando que apenas os dois atores principais conduzam seus próprios caminhos pelo mundo em que se encontram naquele exato momento, com mortes e segredos que somente os dois partilham.

O filme volta a mostrar os vampiros de antigamente, onde há uma necessidade sem controle para se alimentar de sangue e não se sentem culpados em obtê-lo matando seres humanos. Tanto é que Abby (Chloe Moretz) tem um “pai”, uma espécie de guardião que sai à noite procurando vítimas das quais possa retirar o sangue e levá-lo para a menina. Quando essa tarefa não dá certo, ela mesma tem que fazer o trabalho, porém ele é responsável por esconder o corpo da vítima.

O longa é um remake do filme sueco Deixa Ela Entrar (Låt Den Rätte Komma In, 2008) e pode-se dizer que foi muito bem re-filmado. Reeves, que assumiu roteiro e direção, tinha que entregar um projeto à altura do filme sueco e conseguiu. Deixe-me Entrar é simplesmente fantástico. A fotografia mais escura, ambientando noites e madrugadas, pois a vampira não pode tomar sol, e as instalações, um prédio ao fundo e um playgroud mais a frente, dão um ar de mistério à trama.

Em relação às atuações, há dois pequenos grandes destaques, os atores-mirins, que também são os atores principais, Kodi Smit-McPhee e Chloe Moretz, respectivamente, Owen e Abby. A vulnerabilidade do menino que brinca sozinho e apanha dos “valentões” da escola e a intensidade e coragem da menina-vampira se misturam em determinado ponto do filme, já que Owen resolve enfrentar os garotos que batiam nele e ela que encontra em um humano o poder da amizade. Ambos os atores conseguem entregar todas as emoções requeridas para o papel. Ele, a vulnerabilidade, o sentimento de dor, tristeza e por fim alegria e porque não dizer amor. Ela, a intensidade no olhar, a coragem, a destreza, o medo de ser descoberta por mais alguém e por fim a amizade e, com isso, o amor retribuído.

A ilusão de poder manter essa amizade é o que faz Owen querer se aproximar mais de Abby e aceitar o verdadeiro eu dela, não deixando que as vontades dela atrapalhem o que sente pela vampira, fato é que o garoto chega a presenciar um ataque da menina e ainda a ajuda esconder o corpo em um local onde somente os dois conheciam, local onde ele descobriu que existe tal coisa como o mal.

A magnitude do processo de assimilação da boa nova mexe um pouco com o garoto, deixando-o meio desconfiado de que ela pode voltar para matá-lo, e isso faz com que ele se afaste dela, porém o que ele sente é tão forte que ele não consegue apenas deixar de lado, é necessário uma explicação e é aí que ele começa entender a verdadeira realidade da menina. O quanto ela já sofreu e o quanto viver assim não é a melhor coisa do mundo, viver à mercê do sangue de humanos, tendo que lidar com a morte de cada pessoa para que possa sobreviver.

À medida que o filme passa, a amizade dos dois aumenta e o amor incondicional e proibido precisa superar os obstáculos que existem entre o mundo, relativamente normal, do menino e o mundo, misterioso e macabro, da menina. Só quando os dois mundos conseguem se encontrar e conectar, deixando os problemas e o fato de ela ser vampira de lado, é que os dois conseguem sobreviver à esse romance banhado à sangue.

Nota: 8,5

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